O CUIDADO EXISTENCIAL PELA POESIA

Giovani Miguez • 15 de julho de 2025

Transformar a leitura do mundo em autoconhecimento e cuidado através da palavra.


A Coleção Ateliê Po(ético), idealizada por mim, é mais do que um conjunto de plaquetes; é um manifesto literário que eleva a poesia a um ato de cuidado e uma tecnologia do ser. Com uma proposta singular, sublinho meu compromisso profundo pela busca de uma obra sintonizada com a existência e o autoconhecimento.


Nesta coleção, cada plaquete (livreto) se torna um "documento existencial", convidando o leitor a uma jornada de potencialização da humanidade por meio da leitura e da escrita.


Ateliê Po(ético): Unidade e Propósito em Cada Detalhe


A coerência da Coleção Ateliê Po(ético) busca, tanto na forma quanto no conteúdo, em cada detalhe, da materialidade à estrutura, reforçar a filosofia central do projeto:


  • Identidade Visual e Artesanal: Todos os plaquetes são impressos em papel Avena 80 g/m² (off-white - creme) e compostos na fonte Droid Serif. A edição, revisão, diagramação e capa são de minha autoria, conferindo um toque artesanal e pessoal que dialoga com a proposta de cuidado e criação pessoal.


  • Introdução Filosófica: A abertura de cada plaquete apresenta o conceito do Ateliê Po(ético), explicando que "o ato poético é um ato de cuidado" e que o livro é uma "tecnologia do ser e do cuidado". Isso guia o leitor pelo universo filosófico da coleção desde o primeiro contato.


  • A Voz do Autor: Ao me autodenominar como "animal poético, existencialmente est(ético)" encerro cada volume, reforçando a minha conexão íntima com os temas abordados e reafirmando meu projeto est(ético) em curso e sempre inacabado.


  • Fusão de Gêneros: A mescla de poemas e fragmentos em prosa é uma característica marcante, especialmente em Metapoéticas e nos plaquetes de homenagem. Essa abordagem experimental oferece insights diretos sobre o meu processo criativo e a minha filosofia.


  • Estrutura Epistolar e Homenagem: Nos volumes dedicados a Raul Seixas, Belchior e Mateus Aleluia, a  estrutura de "cartas poéticas" cria um diálogo íntimo com os artistas, onde cada "capítulo" corresponde a um álbum específico, culminando em um poema.


  • O Cuidado como Norte: De diferentes formas, todos os plaquetes são "documentos existenciais" e buscam ser "tecnologias do ser e do cuidado", explorando a identidade, a cura pela escrita e a ressonância da arte como guia existencial.


Plaquetes em Destaque: Mergulhe nas Essências da Coleção


Cada plaquete da coleção, embora parte de um todo coeso, possui sua própria essência e foco temático, enriquecendo a proposta geral:


1. Corpo poema (Plaquete #1): A Mapeamento da Identidade Corporal


Corpo poema explora a experiência humana através da corporalidade. Da sensualidade à fragilidade, da imposição social à busca por autoaceitação, o plaquete retrata o corpo como um "mapa da identidade" e um "templo" de memórias. A obra universaliza a experiência do "corpo coral" e do "indígena" na pele, concluindo que "cuidar é presença", um convite a ver o corpo como um locus de cuidado e existencialidade.


2. Metapoéticas: remendos e atos poéticos (Plaquete #2): A Escrita como Cura Existencial


Metapoéticas é um "diário de bordo de um poeta" que reflete sobre o ato de escrever. Com os pilares do "remendo", que simboliza a "costura das fendas da existência", e dos "atos poéticos", que celebram a escrita como um "sacerdócio", o plaquete desmistifica a perfeição e foca no processo. A obra convida o leitor a um espaço onde a poesia é "refúgio, função e fatalidade", reforçando a escrita como uma "tecnologia de cuidado".


3. Raios, Raul, Relâmpagos: cartas a um poeta anárquico (Plaquete #3): O Encontro com a Poesia Revolucionária


Este plaquete é um "reencontro, pela linguagem, com o espírito do homem que fez do rock um rito": Raul Seixas. A obra capta a lucidez na "loucura" de Raul, sua capacidade de "rasgar o ventre do ordinário" e de "lançar no abismo da liberdade". É uma homenagem que transcende a biografia, tornando-se um "documento existencial" da ressonância de Raul na vida do poeta.


4. Voz, Belchior, Navalha: ao poeta que não se calou (Plaquete #4): A Crítica Social pela Escuta Profunda


Voz, Belchior, Navalha é uma "travessia íntima" pela obra de Belchior, o "poeta que não se calou". A obra explora a filosofia rebelde e a crítica social intrínsecas às letras de Belchior, abordando temas como a desilusão e a lucidez encontrada na "loucura". O plaquete é um "abrigo construído com palavras" e uma "pátria provisória feita de escuta, afeto e resistência", alinhando-se à proposta do livro como "tecnologia do ser e do cuidado".


5. Aleluia, Mateus, Infinito: cartas a um cantor sagrado (Plaquete #5): A Espiritualidade Pela Voz Ancestral


Este plaquete é uma imersão na obra de Mateus Aleluia, um "cantor sagrado" cuja voz "vem da terra". A obra é um "gesto de gratidão" e um "modo de permanecer" em sintonia com sua música. Destaca a conexão de Mateus Aleluia com as raízes africanas e sua fase "filosófica do sagrado", onde "escutar também é forma de amar". O plaquete celebra a música como um caminho para o autoconhecimento e a conexão com o sagrado e a memória.


A Complementaridade que Potencializa o Ser


A Coleção Ateliê Po(ético) se complementa ao abordar a existencialidade e o cuidado em diferentes dimensões, formando um mosaico coeso:


  • Corpo poema estabelece o alicerce físico, o ponto de partida para o autoconhecimento.


  • Metapoéticas aprofunda a própria "tecnologia" do fazer poético, legitimando a escrita como um ato de cuidado.


  • Os plaquetes de homenagem (Raios, Raul, Relâmpagos; Voz, Belchior, Navalha; e Aleluia, Mateus, Infinito) expandem a noção de "cuidado existencial" para a relação com a arte e os artistas que moldaram a percepção do poeta, revelando como a obra de outros se torna uma "tecnologia do ser".


Em suma, a Coleção Ateliê Po(ético) é uma obra unificada por minha filosofia central de que a poesia é um ato de cuidado existencial. Através de uma exploração profunda do corpo, da escrita e da interação com a arte, a coleção se revela como um multifacetado "documento existencial", onde a poesia é um meio poderoso para potencializar a humanidade e o cuidado em nós.


Você já leu algo da Coleção Ateliê Po(ético)? Se sim, conte nos comentários ou, si não, diga qual plaquete despertou mais o seu interesse!


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G.Mgz



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