QUEM SOMOS?
Um poema....
nossos ancestrais
olhavam o céu,
buscavam no alto o sopro
de algo natural:
lá em cima,
uma cognição cósmica,
elo antigo com a consciência
primordial.
um sentido especial.
nós,
olhamos o relógio,
buscamos exatidões
no físico,
no químico,
no biológico.
desviamos os olhos das estrelas
para mirar as telas —
e os microscópios —
como se a verdade coubesse
num dado,
não num assombro.
mas há certezas
que vivem na essência
da natureza,
no que nos atravessa
e escapa do laudo,
além do laboratório.
há um saber que a ciência
não mede,
e a sabedoria chama
mistério.
não somos
mais que um abraço da natureza,
uma dança de cromossomos,
um ecossistema único
em um sistema que é real,
mas também lúdico —
onde tudo o que somos
só é,
porque pulsa em harmonia
com o cosmo material
e o invisível espiritual.